Loja (Canção do Carocho)
Chibos interesseiros. Intrujas manhosos.
Bacanos desorientados à espera d' algo, sem saber o quê ao
certo,
mas a com toda a certeza que saberão quando a cena finalmente
surgir.
Miúdas que quase que fazem uma mamada em troca de um algodão.
Quase que fazem, o caralho, fazem mesmo.
Caras e corpos de 40 anos que na verdade viveram apenas metade desse tempo.
Barracas impregnadas com aquele ar nauseabundo.
Muletas ligaduras hematomas sangue coagulado.
O cheiro, não se consegue disfarçar o cheiro.
Surgem vozes de todo o lado:
-Boa branca, boa castanha, Serenal, Paxilfar,
amoníaco, , prata, bombas, yo! sai do meio da rua e encosta à parede!,
Filha da puta do carocho só faz é merda!!!
Vai fechar a loja e o puto não comprou nada,
Não comprou nada,
Não comprou
Duas da manhã mas a loja tá aberta, como sempre.
Seja natal ou fim-do-ano, o negócio não pode parar,
Não consegue parar, e por isso, logicamente nunca irá parar.
(Disponível num centro perto de si)
Dinheiro puxa dinheiro como vício puxa vício
Enquanto houver gente a comprar, vai haver gente a vender,
enquanto houver gente a vender, vai haver gente a comprar
O bicho já apanhou mais de metade dos consumidores,
mas sabes bem que a fruta dos contentores dá moca e tira as dores
faz voar sem sair do chão e afinal de contas quem é que não
gosta da sensação da
-Boa branca, boa castanha, Serenal, Paxilfar,
amoníaco, , prata, bombas, yo!já te disse para saíres do meio da
rua e encostares à parede!,
Filha da puta do carocho só faz é merda!!!
Vai fechar a loja e o puto não comprou nada,
Não comprou nada,
Não comprou
Autor(es): Carlos Pac Nobre / Joao A. Nobre