Rolando Boldrin

Minha Viola


Imprimir canciónEnviar corrección de la canciónEnviar canción nuevafacebooktwitterwhatsapp


Minha viola,
Tá chorando com razão,
Por causa d'uma marvada,
Que roubou meu coração.

Eu não respeito cantadô que é respeitado,
Que no samba improvisado, me quisé desafiá,
Inda outro dia, fui cantá no galinheiro,
O galo andou o mês inteiro, sem vontade de cantá.

Nesta cidade todo mundo se acautela,
Com a tal de febre amarela, que não cansa de matá,
E a dona Chica, que anda atrás de mal conselho,
Pinta o corpo de vermelho,
Pro amarelo, não pegá....

Eu já jurei, não jogá com seu Saldanha,
Que diz sempre que me ganha,
No tal jogo do bilhar,
Sapeca o taco nas bola de tal maneira,
Que eu espero a noite inteira, pras bola carambolá,
Conheço um véio, que tem a grande mania,
De fazê economia, pra modelo de seus filho,
Não usa prato, nem moringa, nem caneca,
E quando senta, é de cuéca,
Prá não gastá os fundilho.

Eu tenho um sogro cansado dos regabofe,
Que procurou o Voronoff, doutô muito creditado,
E andam dizendo que o enxerto foi de gato,
Pois ele pula de quatro, miando pelos telhado,
Aonde eu moro, tem o Bloco dos Filante,
Que quase, a todo instante,
Um cigarro vem filá,
E os danado, vem bancando inteligente,
Diz que tão com dor de dente,
Que o cigarro faz passá...


Autor(es): Noel Rosa