Gal Costa

Embebedado


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Pendurado de banda
No vão da varanda
Do prédio a rodar,
Não sei mais se é o mundo
Que cai aos meus pés
Ou de pernas pro ar;
Embebedado de você,
Tonto na beirada da
Tentação de cair e voar,
Até me aninhar em você,
Mal parado num muro
Sem prumo, em que estudo
Onde me equilibrar,
Entre o chão e o barraco
De estrelas que cai
No que foi nosso lar,
Abandonado por você,
Louco querendo mamar
Do segredo da vida e gritar
Até me agarrar em você,
Arrastado por dentro
Ao meu próprio espetáculo
Em tal patamar
Pela mão da sereia,
Que vai se tornando
A sirene a soar,
Convidado de luxo
A deixar a ribalta de amar
Pela escada de incêndio e baixar
Até me assistir escapar você,
Muito embora indo embora,
Eu mesmo mentindo
Devo argumentar:
Sou a sobra do efeito
Cascata da vodca
E desse luar.