Soneto - XXI (ou O Egoísmo)


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Eu divido os meus risos com o mundo
mesmo eles sendo raros, tão mofinos.
Eu partilho o desejo de um destino
de prazer, de amor. Amor fecundo...

Falo baixo, quando quero ser ouvido,
compartilho os meus bens, o meu cigarro;
enfeitiço toda dor, todo escárnio,
para a paz renascer como um menino...

Mas a minha generosidade tem limites
e eu guardo para mim certas verdades
mesmo sendo tão iguais suas matizes...

Ocultado pelas faces altruístas,
tenho em mim um tremor - umas maldades -
e uma dor que é deveras egoísta...


Autor(es): Ely Cabral

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