Soneto - XXVII (ou Os Irmãos)
-Como um cão sarnento imundo até a alma,
trajado em carne viva, sangue e choro
almoço raspas, sobras, lama, lodo...
...a 'pedra' me define e me traz calma...!
-Se foi meu pai, meu ar, minha morada
deixando herança apenas o sufoco
de ter manchado peito e os meus brônquios
que são de 'pedra' e fumo e fluido e nada...!
-Não tenho tais cobiças nem vontades
os sonhos são a prova das maldades
que eu sofro desde o parto prematuro...!
Assim me disse aqueles tristes órfãos
distante de seus nomes religiosos
acostumados a vida dura do monturo...
Autor(es): Ely Cabral