Camané

Sopram Ventos Adversos


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Sopram ventos adversos
Junto à praia que se quis
E há sentimentos dispersos
Que são barcos submersos

No mar do que se não diz
Nos mastros que vão quebrar
Soltas velas de cambraia
E é cada remo a tentar

Menos um barco no mar
Mais um cadáver na praia
O dia nunca alcançado morre em todas as marés
E é sempre dia acabado
Junto ao sargaço espalhado de tudo o que se não fez


Autor(es): Manuela De Freitas