
Não diga que eu não te dei nada
Te dei saliva pra matar a sede
E suor pra lavar o amor
Te dei o sangue que corre nas minhas veias
E lágrimas frias no calor
Te dei a flecha pra atirar em mim
E um livro pra rasgar as folhas
Te dei o zíper de fechar e abrir
E a possibilidade de escolha
Não diga que eu não te dei nada
Te dei uma moeda de pedra
Te dei um nome e os nomes estão perdidos
Te dei a pena da asa de um anjo
E os meus sonhos preferidos
Não diga que eu não te dei nada
Vamos Acordar Os Mortos
Os mortos estão vivos
Mergulhados em sono profundo
São todas as espécies de vodus
Espalhados pelo nosso mundo
Os mortos têm empregos fixos
Alguns no papel de inteligentes
Mas não atiremos nossas pedras
Afinal sua opinião vale pros moribundos