Berenice Azambuja

Trança de Três Tentos


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Oi pampa amigo, meu chão querido
Cantes comigo
Porque está ficando esquecido
Eu tenho sangue do negro
Daquele que no tronco apanhou
Com espanhol e charruas
A minha raça cruzou
Mas é grande o meu apego
Pelo chão que me criou
Eu sou trança de três tentos
Que a própria vida trançou

Oi pampa amigo, meu chão querido
Cantes comigo
Porque está ficando esquecido
Eu sou o perdigão
Que assovia lá na coxilha
Com o berro triste do touro
Nas tardes frias e sombrias
Piazito antes de clarear o dia
Levantava pra tratar o terreiro
E ia apoujar na vaca
O teto que era pro terneiro
Oi pampa amigo, meu chão querido
Cantes comigo
Porque está ficando esquecido
Em pleno mês de dezembro
Com sede já fui obrigado
A beber água no rastro
Do casco do boi afetado
E também já trabalhei
De enxada, arado e machado
E também já ginetiei
No pelo de um potro aporreado

Oi pampa amigo, meu chão querido
Cantes comigo
Porque está ficando esquecido
No dia que adoeço
Com doutor nenhum eu me trato
Eu vou no curandeiro
Nas raízes, nas ervas do mato
Sou moça lá do interior
Em nada pude me formar
Mas os laçaços da vida
Me ensinaram ao mundo enfrentar

Oi pampa amigo, meu chão querido
Cantes comigo
Porque está ficando esquecido


Autor(es): Berenice Azambuja / Paulo Martins