Eugénia Melo e Castro

Ulisses


Imprimir canciónEnviar corrección de la canciónEnviar canción nuevafacebooktwitterwhatsapp


O mito é o nada que é tudo
O mesmo sol que abre os céus é
Um mito brilhante e mudo
O corpo morto de Deus
Vivo e desnudo.

Este que aqui aportou
Foi por não ser existindo
Sem existir nos bastou
Por não ter vindo foi vindo
E nos criou.

Assima lenda se escorre
A entrar na realidade
E a fecundá-la recorre,
Em baixo, a vida,
Metade de nada,
Morre.


Autor(es): Fernando Pessoa / Mário Laginha

Canciones más vistas de