Francis Lopes

Uma Carta a Minha Esposa


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Querida o motivo desta
É somente pra lhe dar
As minhas simples notícias
E com elas revelar
Todas minhas aventuras
Depois que deixei meu lar

Aqui em São Paulo é bom
Já arranjei um emprego
Na firma de um alemão
Me dei bem com o galego
Amigos tenho a vontade
Mas toda hora a saudade
Vem carregar o meu sossego

Eu só trabalho oito horas
Sem muito me esforçar
Descanso depois do almoço
Largo à tarde pra jantar

Saio direto ao barraco
Mas estou ficando fraco
De tanto lhe recordar

Em casa eu janto e me deito
Sem companhia de alguém
Às vezes da meia noite
E o sono que é bom não vem
Mais tarde eu cochilando
Quando adormeço é sonhando
Com nossos filhos também

Sonho que vejo os meninos
Juntos com você na mesa
Tomando café com pão
E rindo com sua beleza
Acordo sem ver vocês
É aí mais uma vez
Que aumenta a minha tristeza

Bem cedo volto ao trabalho
Fico assim diariamente
Sem notícias do nordeste
E sem rever minha gente
Guardando dentro da alma
Saudade, pranto e descalma
Ausência e mágoa somente

Querida eu sinto saudade
Da nossa casinha bela
Daquelas nossas poltronas
E nossa linda janela
Que nos momentos risonhos
Eu lhe contava meus sonhos
Nós dois debruçados nela

Meu amor eu não esqueço
Também dos nossos filhinhos
E os cavalinhos de pau
Que fiz pros meus molequinhos
Já que estou tão longe assim
Você dê aí por mim
Um beijo em nossos santinhos

Querida eu não vou passar com vocês
O Carnaval, nem São João nem São Pedro
Mas me espere pro Natal
Que é quando eu vou de uma vez
Pra ficar com vocês
Até o meu dia final

Por aqui vou terminando
De lhe contar meu maltrato
Mate aí sua saudade
Que aqui eu vou ver se mato
A dor que está me matando
Só mato se for beijando
A cópia do seu retrato


Autor(es): Expedito Sobrinho