
Alma Caipira
No pergaminho do rosto
Tem quem escreve a sua historia
Cada ruga é um desgosto
Um retalho da memória
Minha vida já foi rio
Hoje não passa de um brejo
Da lembrança eu puxo um fio
No meu canto sertanejo
Coração feito de barro
De amor é quase um louco
E por isso eu sou avaro
Outras vezes sou barroco
Remendei a minha alma
Costurando com embira
Cantoria a minha calma na viola caipira
Garimpei pra cada lua dias noite procurei
Murilei sabedoria que nada lida eu encontrei
Na poeira do caminho passa boi passa boiada
Quem não gosta de si mesmo perde o rumo da jornada
Autor(es): Chico Lobo, Jorge Santos