
Quero-Quero
Quero, quero, quero
Quero, quero, quero
Balançando é que
Eu quero quero quero quero
'Vamo deixar de lero-lero
Lero lero lero lero
Lero lero lero lero
Vai de samba, rap ou de bolero
Mas eu quero quero
Quero quero quero quero
Quero amar, quero amar
Quero ter um amor na vida
Com chegança, esperança
Sem desdita e sem partida
Pra amar, pra amar
Pra amar essa mulher
Essa mulher é uma flor
Eu tenho os braços mais abertos
Que o Cristo Redentor
Vou amar, vou amar
Vou amar essa menina
Nem que chova canivete
Nem que falte gasolina
Quero, quero
Quero, quero, quero
Quero cantar
Quero curtir e construir
Quero criar
Participar e discutir
Pra me desabafar
Sou errado, sou perfeito
Imperfeito, sou humano
Um cidadão direito
Meu direito é soberano
Sou errado, sou perfeito
Imperfeito, sou humano
Um cidadão direito
Meu direito é soberano, diz aí
Sou brasileira da gema
Kalumba, sou Madalena
Eu fico com o cuí, eu vou cantar
Não vou casar com chocalho
Auto-estima, pretos raros
Música preta, vamos entoar
Preta raíz que nem o samba que rege meu povo
Fingiram me escutar, mas vejam, eu grito de novo
Ivone Lara, Clementina, Martinho da Vila
A voz que vem do gueto é preto
E a nossa história é rica
Meu samba é batique, axé, tempero
Quente, ardido, defeito
Marca com a bola no pé, terreiro
Licença, primeiro, a Ogum maré
Mensageiro protetor pra quem tem fé
Falar em direito, eu vou lutar pelo meu
Se você vem da onde eu vim
Ele também é o seu
Homenagem ao mestre eu faço bem feita
O molho nao azeda
Se tem samba na receita
Eu quero sério, saí do zero
Eu não modero, eu exagero
Eu chego, opero, gero um progresso, opero
Com Tunico da Vila
Camaradagem
Hoje meu verso é a navalha
No poço da malandragem
Ele passarão, nos passarinho
Quero sair da corda bamba
Prefiro as cordas do cavaquinho
Rashid na voz, só luz pra nós
Eu passo pra trás
A luta é séria desde nossos avós
Sem proceder não adianta ser cheio de querer
Tem que buscar, é bom aprender, tem de querer
Tem que pular perere, fácil não 'tá
Bora lutar, bora juntar as força e plantar pra colher
Sei que parece cliché
Mas é que a fórmula é clássica
Sem passe de mágica
O jeito é correr
Tudo no tempo do rei
Samba do bom é de lei
Da rua eu trouxe o que eu sei
Rima e respeito, DJ
Levantei, fazendo a ponte
Enquanto querem mais muro
Quero paz no escuro
Quem deve, pede seguro
Futuro chama e eu fui
Antes de ir assinei
Martinho da vila, Mazei
Eu também se de onde vim
Um querubim me criei
Amem e glorias ao rei
Morro Calux, cantei
Andes nas ruas da quebrada
E fiz juz ao que sei
Quando aprendi, respeitei
Sobrevivi ao perrengue
E aqui cheguei a duras penas de lei
Firmou fortão, sem dar o gosto da vitórias procês (aqui não)
Eu sou Gonzaga, baião
Luiz Zairon, Lampião
Extensao de Zumbi
'To aqui na missao
Pega a visão quem 'tá na ponta
Não vacila
Sou Benito, sou Tunico, sou Martinho da Vila
Quero também ir além
E o mundo bem diferente
Onde respentem a gente
Porque se bater de frnte
Complicou e assim eu 'to pro que der vier
Oitavo anjo em campo, camisa nove de fé
Lindo e elegante vou
Guerreira avante
Na tabela perfeita
Recebi passe de craque
Samba com rap sou, desde moleque
Batuque no pandeiro
E o DJ fazendo squat
Pivete, ja fazia a minha mistura
Hip hop e samba
Com Lessi , beleza pura na cadência
Eu sei é modulada a frequencia
De cabeça feita
Que é black é consciencia
No miudinho, chega devagar devagarinho
No aprendizado com o professor Martinho
Nessa noite só queremos muita paz e amr
Tunico é da Vila onde é só alegria
Do Rio de Janeiro, traz paz e harmonia
Abre a gelada pra gente brindar
Na roda de bambas pra comemorar
Ek, pode falar
Quero viver quero sonhar, espero
O bolo cai, prospero
Nunca me desespero
Superar supero, o meu olhar sincero
Viemos resistir e ocupar é certo
Que que eles vejam vidas negras importam
Veja que nós chegamos mesmo fechando as portas
Ei, lugar de preto é na cozinha?
Só pra ver se os brancos não envenenam nossa comida
Me sinto livro, é so você olhar
Me sinto livre, é só me ouvir cantar
Me sinto livre, igual o vento
Por todos os lugares mesmo ninguém vendo
Me sinto livro, é so você olhar
Me sinto livre, é só me ouvir cantar
Me sinto livre, igual o vento
Por todos os lugares mesmo ninguém vendo
Valeu Melanina, Rashid, Kamal, Dexter, Rapwood, BK
Quero leitura, escola com samba
Saúde, trabalho, educação
O meu canto livre, festa, quizomba
Amor, segurança, paz e ação
Como negro, só balada é tão bela
No asfalto ou na favela
Quero creche, quero escola e reparação
Igualdade pra mulher, trans, lésbicas e gays
Sem etno-centrista fazendo nossas leis
Caminhando pelo mundo, vou na fé
Sou umbanda, muçulmano, católico, cristão e candomblé
O meu pai já dizia, diga nao ao racismo
Pensamento fraterno pra sair desse abismo
Porque na periferia e no gueto existe amor
E a voz negra do morro
Sou eu mesmo sim, senhor
Eu sou o samba, sou ribeirinha, tupinambás, afro-brasileiro
Quero o samba junto e misturado
Quero a vida em liberdade
Quero, quero, quero
Quero, quero, quero
Quero, quero, quero
Quero, quero, quero
Quero cantar
Quero curtir e construir
Quero criar
Participar e discutir
Pra me desabafar
Sou errado, sou perfeito
Imperfeito, sou humano
Um cidadão direito
Meu direito é soberano
Sou errado, sou perfeito
Imperfeito, sou humano
Um cidadão direito
Meu direito é soberano
Quero um futuro melhor
Pra ter um mundo melhor
Um ser humano mais livre vivendo e falando de amor
Quero, quero, quero
Quero, quero, quero (obrigado, Tunico)
Autor(es): Agostinho Dos Santos, Abebe Bikila Costa Santos, Antonio Luiz Jr., Antonio Joao E Pedro Canine Ferreira, Marcos Fernandes De Omena, Marcus Vinicius Andrade E. Silva, Mariana Souza Baqui, Martinho Jose Ferreira, Michel Dias Costa