Pólvora Poética

São Só Meninos


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São só meninos que se tornaram homens mais cedo
Quando se perde a inocência devido ao medo
A imaginação e os sonhos vão embora
Não importa a idade à vida vem e te cobra
Vi os que foram por necessidade ou emoção
Largaram a escola pela fama de ladrão
Acreditaram no trafico, acreditaram nos malote.
Pra depois sentir na pele o estralar do chicote
Os que o pai dava tudo e os que não tinham pai
Foram quantas estações e quantos natais
Pros que pulavam os muro da escola com felicidade
Correndo pra jogar bola gritando liberdade

Agora acorrentados e enjaulados feito bicho
Os que a opinião publica chama de lixo
As tatuagem e cicatriz marcam a sua pele
Foda aquelas fita que a mente não esquece
O tempo não para, mas a gente para no tempo.
Ninguém na saída e você caminhou contra o vento
Solto na cidade de hipocrisia, aço e cimento.
Pros policia você sempre vai tá devendo
Quantos não volto pro crime com flagrante forjado
Que diferença vai fazer se sempre é culpado
Carregam coragem, dinheiro e bala como Lampião.
Quantos que não caem trocando pra não voltar pra prisão

Lembra, daquela noite você rodou e não teve acerto
Saiu de casa porque tava querendo um dinheiro
Vários anos e volta sem um trocado no bolço
Marcado pela vida só com a roupa do corpo
Seus familiares te olham assustados e distantes
Você olha pra suas fotos de criança na estante
Os primeiros dias foi fazer o corre dos documentos
Pensando em um emprego fixo no segundo momento
Foi regularizar o titulo de eleitor e a reservista
Uma semana na rua e já três enquadro dos policia
Nada revolta mais que não poder responder a altura
E emendar um ?é isso mesmo filho da...?

As paredes da casa vão apertando só lembra desgraça
Melhor sair pra rua e tentar dar uma relaxada
Tromba de quebrada aqueles manos da antiga
Te abraça, fica feliz, mas nunca mandaram noticia.
Um então fala que logo menos tem um role
Os cara insiste com a ideia de você se envolver
Se o tempo trás alguma coisa é experiência
Os cara de carro e moto, e você sabe a procedência
Disse que não, gaguejou, falou meio sem jeito
Agora adquiriu o hábito de ir dormir mais cedo
Disseram que você mudou não era assim, tá esquisito.
Saíram balançando a cabeça e falaram mol vacilo


Pastor não o olhe como um estranho
Eu sei que ele ainda pode amar
Ele ainda é uma ovelha de seu rebanho
Só que andou no meio dos lobos e teve que uivar


Representa essa dualidade que é somente humana
Que o homem que derramou sangue já foi criança
E como toda a criança que já foi pura e inocente
Será que ainda carrega o amor com o ódio presente?
A sensação mais obscura e a sensação mais bela
Não separadas por uma linha, não em guerra.
E sim como duas espirais, branca e negra, entrelaçadas.
Duas coisas opostas que se mantem abraçadas
Será que pode ser bom o que um dia foi mau?
Como aquela noite que levou a vizinha para hospital
A primavera vai passar e um dia chega o inverno
E isso abre premissa também para o inverso

Que o homem puro que não põe o dedo no gatilho
É o mesmo homem que quer enclausurar o menino
Vota por uma lei que seja aplicada de forma enérgica
Tem ereção e sorri ao ver um corpo na cadeira elétrica
Será que é tão subjetivo o que é bom, e o que é mau.
Aquele que por necessidade viola o pacto social
Ou aquele que cria um adendo de forma que usado
Lhe permite tirar vidas sem que o pacto seja violado
É sofrível morrer pela circunstancia da sorte e azar
Mas é pior quando criam a circunstancia pra te matar
Fácil pra ambos se defender através de um extremismo
É o homem sempre tentando justificar um extermínio

E o carro vai se afastando com os mano da antiga
Não demora e você tá sozinho porque viraram a esquina
Começa a garoa que vem gelada contra seu rosto
Você resolve que tem que andar mais um pouco
Da vontade de fumar, parar no boteco pra beber.
Ao mesmo tempo em que é melhor não se entorpecer
Como aquelas noites de cerva, fumo e farinha, mol função.
Hoje descobriu o que é ficar louco só de solidão
Sem parceiro, sem as minas, até sem família.
Só sua mãe mesmo pra não te negar abrigo e comida
Ela que bateu na sua cara e disse que não crio filho bandido
Você era o malandrão vândalo, agora vê o quanto era ridículo.

Não adianta nada ter conceito e respeito na quebrada
Quando é tratado como um estranho dentro de casa
Porque parceiro faz a sua no role, paga as bebida.
Mas vai bate na porta dele e pedir um prato de comida
Uns até iam te arrumar umas peça pra você se jogar
Iam dizer que melhor que dar o peixe é dar a arpão pra pescar
Mas você não quer nada, não vê nada, não sabe de nada.
Tá andando sozinho em círculos no meio do nada
Sua vida inteira até agora e o que você tem feito?
Parece que a angustia vai estourar seu peito
Enquanto não olhar pra dentro de si, vai ficar perdido.
Qual era mesmo aquele sonho de menino?

Pastor não o olhe como um estranho
Eu sei que ele ainda pode amar
Ele ainda é uma ovelha de seu rebanho
Só que andou no meio dos lobos e teve que uivar


Autor(es): Pólvora Poética