Rappek

Ainda Estamos Aqui


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Por quanto mais tempo vou enganar meu coração?
Como se a vida inteira não passasse de ilusão.
Quanto vale o seu perdão se custasse o amor?
Quanto vale a escuridão se ela escondesse a dor?

Quanto vale o orgulho se ele não fosse rancor?
Deus do céu, fel e mel não tem o mesmo sabor.
Enquanto na cidade, eu vejo sempre a mesma cor,
O cinza e o vermelho igual num filme de terror.

O sangue se mistura com o chão de cimento,
Reconta a história de um modo violento.
Sirenes vão passando, revirando o sofrimento,
Como se não bastasse o que sinto aqui dentro.

O ódio é uma doença e eu não tomei vacina,
Liberto em cada verso expressado nessa rima.
Procuro a verdade, mas só encontro mentira,
A morte é uma escolha, mas não é uma saída.

Então me diz, como é que a gente pode ser feliz?
Se a vida é tão curta que não vale o sofrimento.
Sem sentimento, andamos contra o vento,
Enquanto eles acham que nós vamos sucumbir

Se perguntarem por nós, ainda estamos aqui...
Sujeitos ao inferno, sem motivos pra sorrir.
Se perguntarem por nós, ainda estamos aqui...
Pois a guerra só acaba quando o último cair

A vida joga seu véu sobre a flor da nossa idade,
Mostrando que o tempo não poupa a vaidade
Mas guerreiro que é guerreiro, mantém a hombridade,
Pois sabe que na humildade prevalece a verdade.

E o frio invade, flagela seus corpos, seus lares,
Agora é tarde, vários tiozinhos nos bares.
Esquecendo sua vida numa dose de ilusão,
Bebendo até cair na sua própria solidão.

Sonhando que um dia rumem a libertação,
Pra 6 horas da manhã não ter que pegar busão.
Lutou a vida inteira pra pôr comida no prato,
E o fato é que seus filhos não compreenderam seus atos.

E é assim, uns tem, outros não, todos vivem em vão,
Quem tem quer mais e quem não tem faz oração.
Falar, falei... Sou revolução, favela...
Eu mato e morro por ela.

Então me diz, como é que agente pode ser feliz?
Se a vida é tão curta que não vale o sofrimento.
Sem sentimento, andamos contra o vento,
Enquanto eles acham que nós vamos sucumbir.
Se perguntarem por nós, ainda estamos aqui...
Sujeitos ao inferno, sem motivos pra sorrir.
Se perguntarem por nós, ainda estamos aqui...
Pois a guerra só acaba quando o último cair.

Então me diz, pra que viver se eu vou morrer?
Então me diz, pra que sofrer se eu vou me arrepender?
Então me diz, pra rezar se eu vou pecar?
Então me diz, pra que amar se eu vou me machucar?

A vida não me respondeu, o tempo me fez esquecer,
Não sei se eu falo com Deus, se ele vai me entender.
Quantas vezes as perguntas, eu mesmo respondi,
Então me diz, porque ainda estamos aqui.

Se o governo não ajuda, joga lama no pobre,
Que só se fode, a burguesia financia minha morte.
Tenha sorte, seja forte, pois não é suficiente,
Tenha fé, assim que é, quebra todas as correntes.

Se liberta irmão, dessa prisão à céu aberto,
Te oferecem o errado, mas você sabe o que é certo.
Conserve o seu valor, seja na glória, ou na dor,
Porque a sua redenção é provar que é merecedor.

Então me diz, como é que agente pode ser feliz?
Se a vida é tão curta que não vale o sofrimento.
Sem sentimento, andamos contra o vento,
Enquanto eles acham que nós vamos sucumbir.
Se perguntarem por nós, ainda estamos aqui...
Sujeitos ao inferno, sem motivos pra sorrir.
Se perguntarem por nós, ainda estamos aqui...
Pois a guerra só acaba quando o último cair.