Juliano Holanda

Altas Madrugadas


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Quando a noite mergulha tão somente
No silêncio profundo das estrelas
Eu escrevo outro verso à luz de velas
Sem cruzeiro qualquer que me oriente
Não há brisa sequer que se apoquente

A bater as janelas mal-trancadas
No ranger dolorido das escadas
Não há mau pensamento que me fuja
Ouço ao longe o piar de uma coruja
E o mugido das altas madrugadas

Passa o vento em estranhos rodopios
Revirando o que estava tão tranqüilo
Pois ninguém é capaz de persegui-lo
Embaralha e retorce tantos fios
Quebra as folhas de caules mais esguios
Atravessa até frestas mais fechadas

Descascando a pintura das fachadas
Soberano, ninguém lhe sobrepuja,
Ouço ao longe o piar de uma coruja
E o mugido das altas madrugadas

Lá distante se escuta a tempestade
Avisando que está já de partida
E esse cheiro de vela derretida
Vai tomando as esquinas da cidade
E transforma a tormenta em claridade
No mormaço das ruas alagadas

Só me resta o soluço das calçadas.
Vou lavar minha alma na água suja,
Ouço ao longe o piar de uma coruja
E o mugido das altas madrugadas

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