André Baptista

Canto O Fado


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Há para o sofrimento
Um bom remédio, afinal
É cantar e num momento
Ninguém se lembra do mal

Não custa mesmo nada
Tentem fazer como eu
Uma guitarra afinada
Uma voz bem timbrada
E tudo esqueceu

Quando a tristeza me invade
Canto o fado
Se me atormenta a saudade
Canto o fado
Haja ciúme à vontade
Canto o fado

Por uma esperança perdida
Não passo na vida
Por um mau bocado
Se acaso a sorte o esqueceu
É fazer como eu
Deixo andar, canto o fado

Não é que não me interesse
Por quem à dor não resiste
Mas há gente que parece
Que gosta até de andar triste

Tem sempre um ar fatal
A que ninguém o obriga
Mas nesta vida, afinal
Vendo bem nada vale
Mais do que uma cantiga


Autor(es): João Nobre