José Fortuna

Diploma de Carreiro


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Naquela choça junto a uma estrada, velho carreiro a solidão curtia
Porque a boiada velha dos seus anos, já não consegue mais puxar seus dias
Mas na parede traz dependurado velho ferrão com que tocava os bois
Qual uma seta cortando espaço lembrando o tempo bom que já se foi.

Todo diploma de carreiro é seu ferrão
Dentro das páginas do livro do sertão.

De uma coisa lembra sem remorso, de nunca ter judiado os bois de carro
Só balançava o seu ferrão e os bois jamais deixavam ele atolar no barro
Quem foi carreiro hoje passou a ser boi, porque a vida é que pegou o ferrão
E pela estrada da saudade amarga vai ferroando o seu coração.

Todo diploma de carreiro é seu ferrão
Dentro das páginas do livro do sertão.

Ferrão de aço, vara de marfim igual agulha que bordou no tempo
Toda uma vida de trabalho e luta que nunca teve reconhecimento
Só ajudou a enriquecer o patrão e ele mesmo envelheceu sem nada
Mas mesmo assim hoje ele tem orgulho, por já ter sido o campeão da estrada

Todo diploma de carreiro é seu ferrão
Dentro das páginas do livro do sertão.