Léo Canhoto e Robertinho

Entre o Fogo e a Espada


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Toda vez que você almoçar
E quando for jantar fale assim com firmeza
Obrigado Mestre Jesus Cristo
Por ter me dado isto que está em minha mesa
Eu lhe peço, meu pai, meu senhor
Ajude o trabalhador e ore em seu nome
Fortaleça também o braço dele
É somente ele que nos mata a fome

Com a força de um tanque de guerra
Ele rasga a terra sem nada temer
Combatendo na linha de frente
Ele joga a semente para depois colher
O coitado do agricultor
Derrama seu suor, não adianta reclamar
Termina a colheita ele está inseguro
Por causa do juro que tem que pagar

Muitas vezes o pobre se cansa
De cravar sua anca em seu próprio peito
Mas se lembra que Cristo nasceu
Sofreu e morreu, mas fez tudo direito
Sua dor é uma dor que não sara
Está sempre nas garras dos gaviões e carcarás
Mergulhando contra tubarões
Ele enfrenta ladrões, bandidos e marajás

Muitas vezes para pagar suas dividas
Sua terra querida ele tem que entregar
Ele diz de todo o coroação
Essa é a lei do cão não adianta reclamar
Só lhe resta vergonha na cara
E a reforma agrária parece não ajudar
Se revolta até contra Deus
E dos triste olhos seus se vê lagrimas rolar


Autor(es): Leo Canhoto

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