Ivan Therra

Essa de Amor


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Auê bará
Santo antonio venha me salvar

Sete dias se passaram
Minha flor não me quer mais
Troquei o calor do amor
Pelo frio dos castiçais
Eu mesmo ergui meu destino
Sobre quatro pedestais
Essa de amor
Tô pedindo
Reza em singelo oratório
Traz de volta o meu amor
Que eu te faço um ofertório

Um arco de flor-do-campo
Para enfeitar minha tristeza
Massinha, pão-de-promessa*
Pula-macaco* na mesa
E um santo antonio padroeiro
Pintado pela minha mão
Na tabuinha do pinheiro

Na forma de um coração
Deitei meu pão-de-promessa*
E a medida cor-de-rosa*
Imitando o corpo dela
Fez o vento cantar triste
Num silêncio de capela

Essa de amor
Tô pedindo
Nunca doeu tanto assim
Treze velas santo antonio
Faz ela voltar prá mim

Essa - folclore religioso litorâneo de origem açoriana. Oto com sentido fúnebre, missa de sétimo dia, espécie de velação. onde, sobre quatro pedestais, é erguido um oratório caseiro para a missa de corpo ausente.
Velação - folclore religioso litorâneo de origem açoriana. Ato de rezar a imagem de um santo com posterior ofertório para o pagamento de promessa feita.
Pão-de-promessa - pão caseiro antropomorfo, representando a parte do corpo colhida pela graça da promessa.
Pula-macaco - espécie de bebida licorosa feita em casa.
Medida - fita colorida de comprimento igual ao da pessoa a ser atendida pelo milagre. A cor-de-rosa é para as moças casadoiras.


Autor(es): Ivan Therra