
Filho Pródigo
Eu tinha bom gado de corte, eu tinha bom gado leiteiro 
Eu tinha um cavalo baio e um abundante celeiro 
Eu era muito respeitado, eu fui campeão de rodeio 
E por todas as redondezas queriam ouvir meus conselhos 
Por causa de um par de olhos 
Azuis claros como luar 
Eu disse meu Pai vou embora 
Eu vou procurá-la 
Sem ela eu não posso ficar 
Andei lado a lado com a morte por este mundo a vagar 
Eu que era amigo da sorte, fui companheiro do azar 
Então me tornei vagabundo a dor e a fome chegou 
Comi, maltrapilho e imundo o pão que o diabo amassou 
Depois de muitas andanças 
Encontrei-me com ela num bar, ai 
Rindo e bebendo com outro 
E naquele lugar 
Decidi que eu ia voltar 
No longo caminho da volta a tristeza e a solidão 
Sem saber seria bem vindo por meu pai, também meu irmão 
Ao longe avistei minha casa, bateu forte o meu coração 
O pranto escorreu em meu rosto molhando a poeira no chão 
Meu pai com seus braços abertos, Disse meu Filho voltou 
Três dias, três noites de festas, O sino tocou 
Anunciando que a paz retornou
Autor(es): Chico Valente, Moskemberg Moskemberg, Neil Bernardes









