Não Foi Você


Chegou a nossa vez, que há muito vem sendo esperado.
E os embalistas vão pode sugir do nada.
Pra rir na onda ou é só pra cirticar.
Como eu já falei, eu vou defecar.
E pros que tentam me julgar como se fossem os
Taís.
Onde vocês tavam uns cinco anos atrás.
O hip hop existe há mais de 15 anos.
E so os rappers de verdade sabem o que passamos.
No
Rio de
Janeiro principalmente.
O rap sério sempre foi rejeitado completamente.
É nos rappers do
Rio nos contentávamos.
Quando deixavam a gente entrar nos intervalos dos blocos atrás.
Nos shows do movimeto negro.
Mas fora isso a recompensa era o desprezo.
Cofundidos com funkeiros, discriminados.
Preconceito contra o rap porque é som de preto revoltado.
Então eu e o
Gaspa do
Filhos do
Gueto.
Resolvemos viajar com nosso som de preto.
Uma pastinha surrada com várias letras de rap.
E "
To
Feliz
Matei o
Presidente" no cassete.
E em
Sampa pedimos pra entrar no movimento, na
São
Bentos, nos [eventos, em qualquer lugar.
E não me esqueço do orgulho que eu senti de.
Cantar no
AB
C no mesmo palco que o
Thaíde.
Uns desprezavam mas outros respeitaram.
E um aproveitador me fez uma proposta indecente.
Mas também fiz alguns amigos que me deram o aviso: certos [contratos assinar é prejuízo!
E quer saber qual foi a minha atitude consciente.
Foi recusar aquela gravadora independente.
Mas já na grande mão me afobei por ser novato.
Abri o olho antes de assinar qualquer contrato.
Papel branco não foi pra assinar.
É pra escrever letra de rap ou autografar.
Eu vi que fiz a escolha certa parceiro.
O meu trabalho toca pra caralho no
Brasil inteiro.
E quando eu viajo, o hip hop vai no coração.
Que quase explode quando eu vejo a roda do break no chão.
E outra coisa que eu acho sensacional.
É ver a molecada ligada na "
Lavagem
Cerebral" e o
Dj
Frias nos scratches.
Porque hoje em dia eu uso disco, não preciso mais usar cassete.
Hoje eu trabalho a nível internacional.
Sou um jovem idealista, mais também sou profissional.
Depois de anos na batalha sem espaço.
Agora eu vivo do que eu gosto e gosto do que faço.
E não é fácil chegar aqui.
O
Tito está há dez anos dessa luta e não me deixa mentir.
Mas nós somos persistentes.
Vivemos no hip hop e o hip hop também vive na gente.
Somos independentes originais.
Sempre mais na frente, que se foda que ficou pra trás.
E os mesmo palhaços que me disseram "boa sorte" quando eu tava em baixo.
Hoje me desejam a morte.
Porque eu subi bem mais do que eles esperavam.
Sem nenhuma ajuda desses falso miseráveis.
Eu sempre fui o homem que eles amam odiar.
Agora eu sou o homem que eles amam invejar.
Será que é só por que eu cheguei no primeiro lugar?.
Mas que bobeira, antes de gravar eu já tinha chegado lá.
Mas não mudei minha cabeça, a vida continua.
E se o sucesso é meu por que você vai mudar a sua?
Você tem mais que respeitar sabe por quê?
Foi o público que me pôs aqui não você.


Autor(es): Gabriel o Pensador