Passional
Não diga adeus toda hora.
Diga só um que tente cortar
Esse meu ar de sua senhora,
Insuportavelmente um ar que te explora.
Não morra de pena de mim.
O que eu sinto
É coisa que passa e não mora.
Seja feliz pela vida.
Pra mim é questão de tempo ou bebida.
Pode ser de tempo ou ser de temporal,
Daquele que arrasa e que a tudo faz mal...
Depois tudo fica igual.
Esqueça meu pranto
E o meu rosto arrastando
Esse amargo terror passional.
Veja meu caro,
Nosso amor não foi nada de raro.
Teve um magro final.
O fim de toda trama
Que começa na cama
E termina metade carnal.
Já vai embora...
Me deixe sozinha agora.
Que eu quero me despentear e me desesperar
Pela casa afora,
Sumir no rubor de quem chora,
Clamar a explosão do desgosto
E acabar com esse meu ar
De sua senhora.
Autor(es): Fátima Guedes