Surungo do Campo Fundo
Surungo do Campo Fundo
Me chego pro posto do campo do fundo 
Mulher e surungo me adoçam de gosto 
A entrada é dez pila rodeio a guaiaca 
E o cabo da faca na luz se perfila 
Em baile de cobra não vou sem porrete 
Que em baile e piquete seus olhos desdobra 
Boteja rolhada deixei na macega 
E a canha me alegra na quarta bicada 
Viola e cordeona na luz do candeeiro 
E os zóio matreiro dumas querendona 
Não tenho sossego num baile macota 
Taqueio com as bota e balanço o pelego 
Com alguma pinguancha me agarro em cambicho 
Me encurto e me espicho na volta da cancha 
No chão da bailanta eu cravo à coqueiro 
E neste terreiro outro galo não canta 
Eu danço e balanço na volta da faca 
Se um touro me ataca termina boi manso 
Me vou as macegas pro um último gole 
E o ronco do fole num bufo se entrega 
A noite tá morta enquanto me vou 
A moça ficou me bombeando da porta 
Lindaça e feliz parece um retrato 
Seu cheiro de extrato me adoça o nariz
Autor(es): Apparicio Silva Rillo / Pedro Ortaça / Vanera