A Origem


Só na verdade agora o que é que eu temo 
Agora o que é difícil é um sentimento
Um vício pelo momento em que é propício
Ver-te em pé sozinho a seres o que isso leva a seres

Play no beat 
Tarola a marcar
Deixar a caneta rasgar 

Fluir sem parar um minuto. 
De pensar em voltar a ser mudo
A mudar o mundo onde eu passar

Só na verdade agora eu temo que as palavras
Passem do pretexto de passar a boa vibe 
Já vi muito artista die por desleixo

Mas se eu nasci foi pa cá estar no desfecho
Apanhei-me a revirar os baús do possível em busca de
Culpa ou desculpa plausível, se amor é concretamente o combustível faz o que te apetece
Concretamente

[Bob Marley]

Concentras-te a fazer pa não cair é um vicio
Até esqueceres porque é que tás a ouvir o início às vinte e três
E outra vez 
Já esqueceste o objectivo 
Outra vez
E outra vez
Esqueceste os teus porquês 
Esqueceste e então

Concentras-te a fazer pa não cair é o vício 
Até esqueceres porque é que ‘tás a ouvir o início às vinte e três
E outra vez 
Já esqueceste o objectivo 
Outra vez
E outra vez
Esqueceste os teus porquês 
Esqueceste os teus porquês 



César Augusto é o nome
O pai do pai que ensina a fome, ensina enquanto come
Duas da tarde, Setubal minha, o cota diz que sente a disciplina
Que eu trabalho sempre sem que o patrão diga

Eu riu e digo: “Avô, a cena é só fazer por gosto”
Acena emocionado e diz que o meu caminho amado é mais caminho
Que o caminho que é suposto
E eu caminho até à porta, nesse dia
Com o carimbo desse monstro amado

E saio mais forte que gravidade
Dum instante sem idade, tão confiante
Tão imune a essa saudade
Subo aos ombros dos gigantes
à procura da verdade


[Bob Marley]