A Seiva


A seiva seca a seu tempo
Do tronco o legado
Na folha caída
Despida
Da cor do passado

Olhos queimados de noite
De sombra em viagem
Ao pássaro ferido
Da queda aturdido
O céu lhe devolve a coragem

Em tudo o que é de mudar
Em tudo o que é de virar
Na força o que é de mover
No fim o que é de acabar

A fúria espreita no eixo
O peito resiste
O punho sustenta
A voz que rebenta
O eco persiste
Escapam-se escassos das chamas

Em rumos de mar
O sonho crepita
A esperança gravita
Que o sol brilha noutro lugar

Em tudo o que é de mudar
Em tudo o que é de virar
Na força o que é de mover
No fim o que é de acabar


Autor(es): Joao Miguel Marques Mota Dos Santos, Pedro Miguel Ferreira Franco