Transgressão
'Tá tudo tão estranho aqui
Tão quente, tão frio, não dá pra encostar
Mas não se acanhe esse dia fora do tempo
Aonde acaba?
No sufoco criado da minha própria mudança
Uma mucosa com vazio e falsas esperanças
No aperto do casulo da minha própria criação
Pensando em morte inevitável, me preparo pra morrer na solidão
Uma rachadura aparece, uma luz que me aquece
Abri meus olhos, desde então tudo me entorpece
O peso some, o corpo para, dispara
Me deparo voando com um par de asas
Paraliso com o som de um pulso forte
Descubro que a visa é possível
Mas preciso ter sorte
Me deixa voar, me deixa voar, ah ah
Me deixa voar, me deixa voar, ah ah
Me deixa voar, me deixa voar, ah ah
Me deixa voar, me deixa voar
E voo, voo longe sem fazer parada
Faço de flores e amores minhas curtas moradas
Ter um corpo que transita e me faz enxergar
Eu vou, eu sigo, estou onde eu sempre quis estar
Se eu sinto cheiro no ar, sempre vou me entregar
O verde vem na mente sempre só pra agregar
Lembro do medo da escuridão e inventei em vida
Transgressão
Me deixa voar, me deixa voar
Me deixa voar, me deixa voar
Me deixa voar, me deixa voar
Me deixa voar, me deixa voar
Autor(es): Julio Cesar Lourenco Mata Pires