A Cantar é Que Te Deixas Levar
A cantar - Tantas vezes enganada te vi 
Ai Lisboa 
Quem te dera estar segura 
Que o teu canto é sem mistura 
E nasce mesmo de ti 
Lenço branco 
Perdeste-te no cais 
Pensaste "nunca mais" 
Disseram-te "até quando"? 
A cantar 
Fizeram-te calar 
A dor que, para dentro, ias chorando 
Tanta vez 
Quiseste desistir 
E vimos te partir 
Sem norte 
A cantar 
Fizeram-te rimar 
A sorte que te davam com má sorte 
A cantar, a cantar é que te deixas levar 
A cantar tantas vezes enganada te vi 
Ai Lisboa, quem te dera estar segura 
Que o teu canto é sem mistura 
E nasce mesmo de ti 
Tanta vez 
Para te enganar a fome 
Usaram o teu nome 
Nas marchas da Avenida 
A cantar 
Puseram-te a marchar 
Enquanto ias cantando distraída 
A cantar 
Deixaram-te sonhar 
Enquanto foi sonhar à toa 
A meu ver 
Fizeram-te esquecer 
A verdadeira marcha de Lisboa 
A cantar, a cantar é que te deixas levar 
A cantar tantas vezes enganada te vi 
Ai Lisboa, quem te dera estar segura 
Que o teu canto é sem mistura 
E nasce mesmo de ti 
A cantar, a cantar é que te deixas levar 
A cantar tentas vezes enganada te vi 
Ai Lisboa, quem te dera estar segura 
Que o teu canto é sem mistura 
E nasce mesmo de ti
Autor(es): José Mário Branco