Alma


Alma,
Deixa eu ver sua alma,
A epiderme da alma.

Superfície.
Alma,
Deixa eu tocar sua alma,
Com a superfície da palma
Da minha minha mão.

Superfície.
Easy, fique bem easy,
Fique sem, nem razão da superfície,
Livre, fique sim livre,
Fique bem, com razão ou não,
Aterise.

Alma,
Isso do medo se acalma,
Isso de sede se apaga,
Todo pesar, não existe.

Alma,
Como um reflexo na água,
Sobre a última camada,
Que fica na superfície.

Crise, já acabou.
Livre, já passou o meu temor
do seu medo sem motivo.

Riso, de manhã,
Riso, de neném, a água já molhou a superfície.

Alma, daqui do lado de fora,
Nenhuma forma de trauma sobrevive.
Abra, a sua válvula agora,
A sua cápsula,
Alma, flutua na superfície.

Lisa, quem me alisa,
O seu suor, o sal que sai do sol, da superfície.
Simples, devagar, simples,
Bem de leve, a alma já pousou na superfície.

Alma, daqui do lado de fora,
Nenhuma forma de trauma sobrevive.
Abra, a sua válvula agora,
A sua cápsula,
Alma, flutua na superfície.

Lisa, quem me alisa,
O seu suor, o sal que sai do sol, da superfície.
Simples, devagar, simples,
Bem de leve, a alma já pousou na superfície.

Alma, daqui do lado de fora,
Nenhuma forma de trauma sobrevive.
Abra, a sua válvula agora,
A sua cápsula,
Alma, flutua na superfície.

Lisa, quem me alisa,
O seu suor, o sal que sai do sol, da superfície.
Simples, devagar, simples,
Bem de leve, a alma já pousou na superfície.

Alma,
Deixa eu ver sua alma,
A epiderme da alma.

Superfície.

Alma,
Deixa eu tocar sua alma,
Com a superfície da palma
Da minha minha mão,
Superfície.

Alma,
Deixa eu ver,
Deixa eu tocar.
Alma,
Deixa eu ver,
Deixa eu tocar,
Alma.
Superfície.
Alma, deixa eu ver sua alma.
Alma.


Autor(es): Arnaldo Antunes / Pepeu Gomes