Canto de Ossanha


O homem que diz dou
Não dá
Porque quem dá mesmo
Não diz

O homem que diz vou
Não vai
Porque quando foi
Já não quis

O homem que diz sou
Não é
Porque quem é mesmo é
Não sou

O homem que diz 'to
Não 'tá
Porque ninguém 'tá
Quando quer

Coitado do homem que cai
No Canto de Ossanha
Traidor
Coitado do homem que vai
Atrás de mandinga de amor

Vai vai vai vai
Não vou
Vai vai vai vai
Não vou
Vai vai vai vai
Não vou
Vai vai vai vai
Não vou

Que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor
Que passou
Não

Eu só vou se for pra ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor

Amigo senhor, saravá
Xangô me mandou lhe dizer
Se é Canto de Ossanha, não vá
Que muito vai se arrepender

Pergunte ao seu orixá
O amor só é bom se doer
Pergunte ao seu orixá
O amor só é bom se doer

Vai vai vai vai
Amar
Vai vai vai vai
Sofrer

Vai vai vai vai
Chorar
Vai vai vai vai
Dizer

Que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor
Que passou
Não

Eu só vou se for pra ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor

O homem que diz dou
Não dá
Porque quem dá mesmo
Não diz

O homem que diz vou
Não vai
Porque quando foi
Já não quis

O homem que diz sou
Não é
Porque quem é mesmo é
Não sou

O homem que diz 'to
Não 'tá
Porque ninguém 'tá
Quando quer

Coitado do homem que cai
No Canto de Ossanha
Traidor
Coitado do homem que vai
Atrás de mandinga de amor

Vai vai vai vai
Não vou
Vai vai vai vai
Não vou
Vai vai vai vai
Não vou
Vai vai vai vai
Não vou

Que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor
Que passou
Não

Eu só vou se for pra ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor

Saravá, xangô, saravá, xangô
Saravá, xangô, saravá, xangô


Autor(es): Baden Powell / Vinícius de Moraes