Do Rio Grande Antigo


Vêm da garganta do tempo esses versos que relato
Quebrando cola de vacae tirando zebú do mato
Guardo algumas lembranças dos amores que extraviei
E as rédeas, feitas de crinas da potrada que domei.

Ah, meu Rio Grande guapo
Daqueles tempos antigos
Quando te canto, parece
Que minh'alma nasceu contigo...

Trago timbrado na voz, o berro grosso de um touro
E o grito do tropeiro na hora braba do estouro
Tenho veludo nos dedos pra acariciar a guitarra
E a perícia campesina de quem castra e assinala.

Ah, meu Rio Grande guapo
Daqueles tempos antigos
Quando te canto, parece
Que minh'alma nasceu contigo...


Autor(es): João Fontoura