Gaudério de Arrabalde


Voltei pro rancho já de madrugada
Roxo de canha e troncho de alegria
Passei a noite farreando no chinaredo
Uma farra grossa numa pulperia
Gastei uns pilas que ganhei domando
Amanha mesmo já ganho de novo
Lavo as ‘’viria’’ e troco de pilcha
E me entrevero na farra do povo

Até parece tomei cantalia
Ou comi fritada de ovo de avestruz
O chinaredo corre escagassado
Que nem o diabo correndo da cruz
Tive no rancho uma venta rasgada
Não aguentei o jeito da bruaca
Uma tinhosa mais louca que eu
Que se limpava com o fio da faca

Mandei que fosse pro rincão do inferno
E nunca mais volta se aqui de novo
Estou muy bien e vivo encastissado
Com o chinaredo que tenho no povo
Se uma dispara outras chegam perto
Acostumaram a lamber sal no cocho
Uma me alisa e conta pras outras
Que eu sou cuiudo e tenho aquilo roxo

Vou repassando de uma por uma
Pra que nem uma fique descontente
As mais criadas engrossam o pescoço
Choramingando e ringindo dente
As mais novinhas mais a ressabiadas
Eu tenho calma e lido com jeito
Eu vou passando a mão no cogotilho
E deixo babando na maça do peito

Tive no rancho uma venta rasgada
Não aguentei o jeito da bruaca
Uma tinhosa mais louca que eu
Que se limpava com o fio da faca
Mandei que fosse pro rincão do inferno
E nunca mais volta se aqui de novo
Estou muy bien e vivo encastissado
Com o chinaredo que tenho no povo


Autor(es): Jorge Guedes / Lourenço Notargiácomo

Canciones más vistas de