Ilusão Nada Mais
Pelos teus lábios
Tanto veneno já bebi
Tudo por um beijo no teu peito
Adormecidos nos rochedos da memória
Por meu delírio nessa história
Fui desenhando a tua imensa catedral
Com as lágrimas sem jeito
Do meu sonho imperfeito
E migalhas de um tormento colossal
Se alguém tortura meu olhar
Com teu sorriso
Pela janela de um trem
Morro no moderno paraíso
E nem preciso mais amar ninguém
Está chovendo em meu passado
E eu nem recordo
A tua sombra sobre mim
A luz do jardim aquela hora
É o que eu relembro
Nessa solidão de agora
Toda imensidão da nova aurora
Foi a vitória do teu bem
Sobre o meu mal
Razão contraditória
Destes versos esquisitos
Com verdades impossíveis de cantar
Preste atenção que eu estou cantando
Enquanto choro
Com frases de botequim
É mesmo assim a realidade
Dá vontade de chorar no fim
E o sol da minha vida
Nunca mais iluminou
A estrada refletida por teus olhos matinais
O azul entre os portais
O meu futuro já passou
É a própria cor do nunca mais
É a insensatez de ser feliz
Além dos sonhos da razão
Ilusão nada mais
Autor(es): Dominguinhos / Fausto Nilo