Luiz Gabriel Lopes

Miúdo


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Tirou do peito o peso na cachaça
E o tira-gosto pra suar a língua
Cantou proveito até rachar os bico

Tirou vantagem que era sexta-feira
E levantou a pedra feito um rato
Alimentou, cansado, o mesmo vício

Atravessou na cola de um caminhão
Meio-fio feito passarela de baile
O descarrego todo na beira do chão
Coração pulsando feito mola
E o risco do colapso nas mão fechada

Na Praça 7, é corre de avião
Na da Rodoviária, vira crente
Na Feira Hippie é só caldo de cana

Na passeata, paga de turista
No Oiapoque, arranja uma pechincha
E sábado de Praia é papo manso

Mas reconhece e sabe que não anda bem
Fim de semana o trampo adentra a madrugada
Passa papel pros boy, rebenta vidro às vêis
Faz de conta que mata um leão
Quando mata três

A gíria dele é treta da pesada
Desde moleque é rabo atrás de bicho
Adrenalina assim abrilhantada

Caiu na rua cedo, muito esperto
Virou figura fácil na ciranda
E a redondeza sabe: é vida-loka

Cresceu o necessário pra se defender
Velocidade típica de peso-pena
Encruzilhada tanta trespassou sem ver
O coração voando feito bala
E o risco do vacilo na beira de tudo

E, feito homem, nem se apercebeu
Que tantas vezes roto até no talo
Girava o mundo assim, sem mais nem menos

Dia de Exu, mandaram fazer pacto
E a vizinhança, na boca pequena
Cantou o nome dele na lista dos cana

E na repetição, carocha de terror
Pra boi dormir, nem teve história pro jornal
Plantaram sem pudor, na tralha do rapaz
Material diverso de mutreta
Vacilo armado pra tomar porrada

Na hora do sacode não sobrou tostão
A viatura veio quente, não quis nem conversa
Foi covardia feia, cinco contra um
E é menos um na rua da amargura
Que vagabundo assim pra nada presta

De vagabundo assim alguém se lembra?
De vagabundo assim


Writer/s: Luiz Gabriel Lopes

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