Luís Represas

Sagres


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Para cá de onde dorme o sol
Eu fico todas as tardes
A ver se ele se vai embora
E me deixa confiado
Às memórias de outrora
Em que levantamos tendas
Sopramos canções de guerra
Semeamos nesta terra
Novos sonhos que ainda agora
Parecem sonhar de novo

Sagres, tu sabes, como se arma um coração
Agarramos uma vida, desatamos a paixão
Oh Sagres, tu sabes, na ponta da solidão

No palco de uma fogueira
Entre risos de medronhos
Fomos as noites dos loucos
Escondidos nas piteiras
E os beijos não foram poucos
A noite não tinha céu
O dia não tinha chão
O tempo não tinha cara
E o mar tomava-nos conta
Dos cinco dedos da mão

Sagres, tu sabes, como se arma um coração
Agarramos uma vida, desatamos a paixão
Oh Sagres, tu sabes, na ponta da solidão

Sagres, tu sabes, como se arma um coração
Agarramos uma vida, desatamos a paixão
Oh Sagres, tu sabes, na ponta da solidão

Sagres, tu sabes, como se arma um coração
Agarramos uma vida, desatamos a paixão
Oh Sagres, tu sabes, na ponta da solidão