
Espaço Ausência
Tiro o pulso à tua ausência o coração ainda bate
Que surpresa ver-me viva a seguir a este embate
O corpo ainda mexe um pé a seguir ao outro
Nunca hei de caminhar como mais um peso morto
Tropeço nos buracos que deixaste bem tapados
Vou ao fundo e descubro as lágrimas formaram lagos
Da água nasce a vida que vive depois de ti
Mergulho bem dor adentro e descubro o que aprendi
Sou o espaço da tua ausência
Que deixaste ao ir embora
E o vazio é, o vazio é
Convite à vida que aflora
Ah ah ah
Ah ah ah
Quanto pesa no peito o peso que hoje falta no chão?
O invisível do ar que prende a respiração
O calor do sol que rompe o frio do toque ausente
Toca fundo na emoção gelada feita semente
Que aflora corpo adentro, agarra-te o movimento
E faz-te acreditar que ser feliz é um momento
Emoldura a memória se o presente não te agrada
Vê o futuro que não será numa foto pendurada
Sorriso do avesso, cai-te o brilho da expressão
Se o olhar perder o foco perdes-te sem direcção
O mapa de quem tu foste é tesouro enterrado
Num barco sem capitão com o leme avariado
Coseste a roupa ao corpo, tricotaste pele de tecido
Mas desembacia o espelho, passa a mão no teu sentido
O espaço é ausência, voa p'ra longe do chão
Anula o peso com amor que te inunde o coração
Sou o espaço da tua ausência
Que deixaste ao ir embora
E o vazio é, o vazio é
Convite à vida que aflora
Ah ah ah
Ah ah ah
Writer/s: Rita Barata