
Praieira
Ternas amigas no alto mar,
doces cantigas pra se embalar.
Tão bela vida querer trocar
pela avenida na preamar.
A paisagem serpenteia,
a noite clareia como em seu louvor.
Tenho pena da sereia
que morre n'areia pra ver seu amor.
Vieram peixinhos em multidão,
mas seus carinhos foram em vão.
Ela sonhava, quase a chorar,
tão longe estava do fim do mar.
Um belo dia, céu de verão,
fez o que dizia seu coração.
Não teve medo de não voltar,
acordou cedo, pôs-se a nadar.
A paisagem serpenteia,
a noite clareia como em seu louvor.
Tenho pena da sereia
que morre n'areia pra ver seu amor.
Anoitecia ao sol se por,
ainda era dia no seu fervor,
lua e estrelas, água do mar,
ia perdê-las, ia chegar.
Na noite quente, praia sem fim,
mesmo contente, um travo ruim.
Tão linda e nua num longo olhar,
luzes da rua a desmaiar.
Writer/s: Caetano Júnior