Adair de Freitas

Coplas de Saudade


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Quando a lembrança da campanha me atropela
Traz na garupa uma saudade que judia
Ao mesmo tempo também serve de alento
Pra quem se lembra do rincão todos os dias

É quando o sol vem acordar o sul do mundo
Ou nos ocasos prenunciando noites largas
Que esta parceira que invade o peito despacito
E corta mais que o aço frio das adagas

Até parece que me encontro chimarreando
No oitão do rancho, de onde enxergo o mundo inteiro
O vôo manso dos tahãs na várzea grande
O meu cavalo retoçando no potreiro
É nessas horas em que as léguas se apequenam
Pois não há nada mais veloz que o pensamento
Que estou distante mas minha alma está lá fora
Asas libertas pra voar aos quatro ventos

Ah, quanta falta que me faz o fogo grande
Velho parceiro das campeiras madrugadas
Para rodeio, marcação, porteira afora
Pega de potro, cancha reta e guitarreada

Olhar os campos florescidos de setembro
Não há querência mais bonita do que aquela
Que hoje canto nestas coplas de saudade
Quando a lembrança da querência me atropela

Até parece que me encontro chimarreando
No oitão do rancho, de onde enxergo o mundo inteiro
O vôo manso dos tahãs na várzea grande
O meu cavalo retoçando no potreiro
É nessas horas em que as léguas se apequenam
Pois não há nada mais veloz que o pensamento
Estou distante mas minha alma está lá fora
Asas libertas pra voar aos quatro ventos