Marcelo Oliveira

Gauchada


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Disparou o pampa osco ladeirando o mangueirão
Contra o moirão, trompou bem firme que deu cruzada
Quebrou a cancela, baita gauchada deste aspa torta
Que ainda se corta entre um arame e uma estronca atada

Para o serviço, pra dar um costeio neste extraviado
E por alçado ganhou o mundo num campo aberto
A gauchada fica por conta do capataz
Que eu largo atrás, com meu gateado que é tiro certo

Foi pé no estribo e a gauchada tudo me olhando
E mão soltando um tento atado num doze braças
Armada e volta, rodilha e argola pra o céu levanto
E lhes garanto que da porteira este boi não passa

E era o vento mandando a poeira de encontro a mim
Foi bem assim, como lhes conto que deu- se o fato
Vinha no laço o pampa osco de aspas enganchadas
Que a gauchada, pras tranças justas do Zé Mulato

Volteando as pedras, a cuscada alerta faz seu serviço
Talvez por isso que este malino não foi por conta
Por gauchada, bandeou a sanga baixando a costa
Oigalê bosta, num cimbronaço trocou de ponta

E era um bordão de guitarra teso, o laço espichado
E o meu gateado vinha com a cincha pelo sovaco
Foi bem aí, gauchada buena, que ficou feio
Sobre os arreios, quando o gateado pisou um buraco

Veio a galope, meio arrastado, seguiu tenteando
E foi cinchando, e eu vendo a cena de como foi
O pampa osco na gauchada e o gateado firme
E há quem confirme que ele trouxe sozinho o boi