Hangover

Inevitável


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Ainda me lembro daquele tempo
Que sair na rua era perda de tempo
O vento batia em meu rosto
E sempre vinha o desgosto

Ainda me lembro daquele ano
Que eu era tão profano
O vento batia em meu rosto
E sempre vinha o desgosto

Ainda me lembro daquele dia
Foi quase numa feitiçaria
Que o vento batia em meu rosto
Parecia que vinha o desgosto
Que não se manifestou
E essa praga não me rogou

Quando ficava mais tranqüilo
Acabava dando um suspiro
Que aspirava tudo aquilo
Que foi deixado para trás

"Pela última vez,
Num sábado à tarde,
o vento bateu em meu rosto
Apareceu o desgosto
para me dar tchau

Atravessei a rua desgostoso
e num piscar de olhos
o fusca que vi à quilômetros de mim
chocou-me, levando-me ao coma"

Em meu caixão não sentia vento...
Não sentia desgosto...
Não tinha sentimento...

Foi inevitável...
Inevitavelmente
Inevitável...


Writer/s: Guilherme