Nada Ficou


Nada ficou
(Michel de Moura e Thiago Pereira)
BR-KW1-16-00009


Na pedante Ipiranga gulosa de pedestres
Na face da cidade o vazio dos teus olhos

Nos cândidos bares da 7 de Abril
Teu perfume levanta do chão mal lavado, das cinzas dos copos,
das bocas que comem dejetos das latas vendidas a rodo
nos grandes mercados das avenidas da grande cidade

O gosto melado dos seus lábios fendidos
encontro nas vendas em qualquer halls de anis

Na rua direita, multidão terrorista
a cada esbarrão a aspereza da tua pele cinza

Nada ficou de nós dois
Nada restou, nem rancor
Nem saudade
Nem lágrimas


Autor(es): Michel de Moura