Praia
Oh meu céu da boca
Que é verdadeiramente
Da cor do teu
Enrolo o cabelo ao alto
Desenrolo a toalha
A sério que gosto
O sal no meu hálito
Puxo palavra e digo
Oh meu céu da boca
Vontade de fazer nada
Deitar na toalha
Olhar o céu
Ficar cega pelo sol
Surda pela rebentação eu
Estico-me feliz
Móvel no calor
Boa bola de Berlim
Tentação do céu da boca
Oh meu céu de Julho
E Agosto
E antes Junho
Rosada contente
Areia no nariz
Bodybordeio por ali
Destemida
Eu e dezenas de outros
Vou ficar sem cabeça
Cavaleira das ondas
Pirata sem cabeça
Agreste a areia
Corro sem sapatos
Fervem as plantas dos pés
Fervo gotas de suor
Oh meu céu da boca
Que é verdadeiramente
Igual ao teu
Nada nada nada
Mas mesmo ninguém me
Faz mal
Sou invencível
Autor(es): João Farinha