Auroras Flamboyants
Me vejo arrastar correntes
Nesse quarto
Eu sinto cravar no peito
As unhas das horas amargas
Num leito de ferro
Anúncio de morte
Uma fera que ruge
E quer se soltar
Um vaso vazio
Lâmpada queimada
Breu que fere e afaga
Na falta da fé
Eu não grades, nem janelas
Eu não tenho sono, nem pressa
Um dia fui serva de um rei
Na dança do fogo
Cantei raios e trovões
Anunciando a manhã
Inventei a vida
Adiei o fim
Banhei terra e semente
De auroras flamboyants
Autor(es): Luna Vitrolira