Fuga
Insistente nesse rumo insisto. Mesmo que anos não passem, em Seu nome meu valor eu anuncio.
O fim do início desse fio que sinto. Morreria nesse lote, pois aqui me rendo e me entendo.
Futuro sem engenho. Bombas, morros e vidas. Idas e vindas traçam o odor das batidas.
Alarde sem arte, onde nem o amor faz parte. 'Pô...', eu vejo esse encarte, minha vida à lá carte,
Ao maestro homenagem... Fui seduzido pra essa margem. Mas prefiro assim, talvez seja o presságio do meu fim.
Vejo a rota em mim, talvez nada mova em volta. Uma bala, uma arma... e o jogo perde a graça.
O pranto descartável, gotas eternas em vida. Talvez saudade seja o choro da alma.
Calma, o que faz falta vem do valor sem palmas. Não é a morte que me mata, é o momento que não volta.
Algo vivo, mas não presente, mas sim eterno. Lembro que lembrar não doía e nem silêncio era berro.
Visto num casaco mais perto do frio. Como fuga?! Não fujo. Só trago o meu choro como culpa.
No fim da luta sinto a vitória amarga, de quem perdeu tudo onde só o amor restava.
Só tenho o consolo que lava. Aquilo que regava, não molha, e deixa seca as noites que não durmo.
Resumo em um afago de quem sente igual a mim. Onde malote não tem vida, e se doar faz parte.
Sei que não há nada em vão. Milhões estão na contra mão. Mas a razão só Deus dará e só fiéis receberá.
Na busca do eu... mas a atmosfera me puxa. É em você, irmão, que perdi minha rota de fuga.
Autor(es): Ingles / Neto