Saturno
atrás de água, atrás de fama
Pus na felicidade uma engrenagem
que emperra, que não anda
Eu quis sinceridade nessa cidade
Quem muito quer
só pouco ganha
E agora o dia marcha,
a tarde passa, a vida é curta, a noite acanha
Saturno, o que será de mim?
Se o meu mundo gira rápido
e ainda assim
não o bastante para te acompanhar
Saturno, me responda
Quando é o fim dessas mudanças
Que, na boa, faz um tempo eu já não lembro
como é ser eu mesmo
A minha mocidade escapa à face
encapa a flacidez, me ganha
Eu perco ignorância, troco por dúvidas, rugas
e ideias estranhas
Minhas expectativas partidas por uma ambição tamanha
E agora o dia é ruga e a frustração
caminha por minhas entranhas
Saturno, o que será de nós?
Se estamos surdos para escutar a própria voz
Saturno me ajude a por um fim nessas lembranças
Que, na boa, faz um tempo eu já não quero ser eu mesmo
Writer/s: Marcelo Perdido