A Aplicação Poética do Materialismo
Olhando para as coisas que possui ele pode até sentir-se feliz.
Algumas vezes uma coisa qualquer enche seu peito por um instante, como um sopro.
E como um sopro elas vão embora, mas isto é algo com a qual ele se acostumou a viver.
Pessoas mortas ficam agarradas as suas lembranças, as verdades que foram embora e as promessas que se quebraram.
Ele dorme pensando em como tudo mudou.
Desde a morte de seu
Deus não há nada a esperar.
Os sacrifícios são outros e não é preciso ajoelhar, nem viver esperando por tempos e coisas que nunca virão.
Não há sentido além da morte e não há razão além do prazer.
A vontade de viver por mais um instante.
Como se fossem parasitas grudados na pele ele arranca as coisas tristes.
E sente o alívio.