Cada qual com sua mania
o gosto não se discute.
Artefatos, bestas, homens e mulheres
cada um é como é
cada um é cada qual
e se manda pela escada como quer.
Mas se tiver que escolher, sou partidário
das vozes vivas da rua mais que do dicionário.
E gosto mais do bairros que do centro da cidade
e dos artesãos mais que da feitoria.
Da razão que da força, do instinto que da urbanidade
e dos indios que do Sétimo de cavalaria.
Prefiro os caminhos às fronteiras
e uma borboleta ao Rockefeller Center
e o faroleiro de Capdepera
aos vigias de Ocidente.
Prefiro querer a poder.
Tatear a pisar.
Amar a querer.
Pegar a pedir.
Dançar a desfilar
e desfrutar a medir.
Prefiro voar a correr.
Fazer a pensar.
Beijar a brigar.
Ganhar a perder.
Mais do que tudo, sou
partidário de viver.
Cada qual com sua mania
o gosto não se discute.
Artefatos, bestas, homens e mulheres
cada um é como é
cada um é cada qual
e se manda pela escada como quer.
Mas se tiver que escolher, prefiro
um bombeiro a um bombardeiro e um suspiro a um vampiro.
Crescer a sossegar, prefiro a carne ao metal
e tua casinha a um castelo.
A pinta de tua cara à pinacoteca nacional
e a revolução aos pesadelos.
Prefiro o tempo ao ouro, a vida ao sonho,
o cão a coleira, as nozes ao ruido
e o sabio por conhecer
aos malucos conhecidos.
El cantautor y poeta extremeño Pablo Guerrero, autor de A cántaros, murió a los 78 años en Madrid tras una larga enfermedad; su obra unió canción, poesía y compromiso político durante más de medio siglo.
En un Palau Sant Jordi abarrotado, Joaquín Sabina se despidió de Barcelona con un concierto que fue al mismo tiempo un inventario de vida y un abrazo multitudinario a través de veintidós canciones que, tras más de medio siglo de carrera, ya no le pertenecen solo a él.