O homem


Sim, era o Homem,
Era finalmente, e definitivamente, o Homem.
Viera para ficar. Tinha nos olhos
A força de um propósito: permanecer, vencer as solidões
E os horizontes, desbravar e criar, fundar
E erguer. Suas mãos
Já não traziam outras armas
Que as do trabalho em paz. Sim,
Era finalmente o Homem: o Fundador. Trazia no rosto
A antiga determinação dos bandeirantes,
Mas já não eram o ouro e os diamantes o objeto
De sua cobiça. Olhou tranqüilo o sol
Crepuscular, a iluminar em sua fuga para a noite
Os soturnos monstros e feras do poente.
Depois mirou as estrelas, a luzirem
Na imensa abóbada suspensa
Pelas invisíveis colunas da treva.
Sim, era o Homem...
Vinha de longe, através de muitas solidões,
Lenta, penosamente. Sofria ainda da penúria
Dos caminhos, da dolência dos desertos,
Do cansaço das matas enredadas
A se entredevorarem na luta subterrânea
De suas raízes gigantescas e no abraço uníssono
De seus ramos. Mas agora
Viera para ficar. Seus pés plantaram-se
Na terra vermelha do altiplano. Seu olhar
Descortinou as grandes extensões sem mágoa
No círculo infinito do horizonte. Seu peito
Encheu-se do ar puro do cerrado. Sim, ele plantaria
No deserto uma cidade muita branca e muito pura...

Citação de Oscar Niemeyer

- "... como uma flor naquela terra agreste e solitária…"
- Uma cidade erguida em plena solidão do descampado.
Niemeyer
- " ... como uma mensagem permanente de graça e poesia..."
- Uma cidade que ao sol vestisse um vestido de noivado
Niemeyer
- " ... em que a arquitetura se destacasse branca, como que flutuando na imensa escuridão do planalto..."
- Uma cidade que de dia trabalhasse alegremente
Niemeyer
- "…numa atmosfera de digna monumentalidade..."
- E à noite, nas horas do langor e da saudade
Niemeyer
- " ... numa luminação feérica e dramática..."
- Dormisse num Palácio de Alvorada!
Niemeyer
- " ... uma cidade de homens felizes, homens que sintam a vida ern toda sua plenitude, em toda a sua fragilidade; homens que compreendam o valor das coisas puras..."
- E que fosse como a imagem do Cruzeiro
No coração da pátria derramada.

Citação de Lucio Costa

- "…nascida do gesto primário de quem assinala um lugar ou dele toma posse: dois eixos que se cruzam em ângulo reto, ou seja, o próprio sinal da cruz."
Versión de Vinícius de Moraes
Idiomas

Comentarios

Segunda parte de "Brasília, sinfonia da alvorada"

Esta canción aparece en la discografía de
LO + LEÍDO
1.
Dialecto de Pájaros: El resurgir en Chile de una cantata chamánica
[03/11/2025] por Ricardo Tapia

Casi cuatro décadas después de su estreno en Ámsterdam, la cantata Dialecto de Pájaros del compositor Patricio Wang revive en Chile con una versión revisada por su autor. Una obra mística y vanguardista que regresa para cerrar un ciclo pendiente en la historia musical de Quilapayún y Patricio Wang.

2.
BarnaSants celebra el legado de Lluís Llach con un concierto que revive los míticos conciertos de 1976
[14/11/2025]

El Festival BarnaSants 2026 iniciará el 27 de enero, en el Palau de la Música Catalana de Barcelona, su 31.ª edición con un concierto de homenaje al cantautor Lluís Llach, que conmemorará el 50.º aniversario de los míticos conciertos de enero de 1976. El espectáculo reproducirá, medio siglo después el repertorio original íntegro de aquellos conciertos con la participación de artistas como Manel Camp, Santi Arisa, Borja Penalba, Gemma Humet o Joan Reig, entre otros.

3.
Víctor Manuel publica «Solo a solas conmigo», nuevas canciones tras siete años de silencio discográfico
[21/11/2025]

El cantautor asturiano Víctor Manuel inaugura etapa con Altafonte y presenta un álbum producido por David San José, formado por composiciones que abordan el amor, la esperanza y la identidad personal en un tiempo marcado por la incertidumbre.

4.
Fallece a los 91 años la cantante Ornella Vanoni, voz emblemática y figura esencial de la música italiana
[22/11/2025]

La cantante italiana Ornella Vanoni, conocida por clásicos como Senza fine, deja una trayectoria de más de siete décadas marcada por la versatilidad, la presencia escénica y su papel como una de las grandes damas de la canción italiana.

5.
Se presenta «Víctor Jara. 150 canciones y un poema»: un recorrido exhaustivo por el universo musical del cantautor chileno
[15/11/2025]

El investigador y periodista Jorge Leiva publica un volumen que revisa, con rigor documental, todas las canciones grabadas por Víctor Jara entre 1957 y 1973, acompañadas de contexto histórico, creativo y biográfico. El lanzamiento oficial será el 25 de noviembre en el Centro Cultural Ceina, en Santiago.